Algum tempo atrás fiquei pensando sobre essa idéia louca de escrever isso aqui. Escrevo para que, caso eu sobreviva, possa um dia me recordar disso. Tem gente que ainda nega, que busca na palavra
esperança uma mágica que virá salvar a todos deste inferno. E isso talvez seja bom em outros lugares que ainda tenham famílias ou
crianças, se é que reproduzir ainda faça parte da
tradição humana. Eu tenho esperança que um dia viva melhor, mas não como antigamente...
Por enquanto eu apenas finjo ser quem não sou para poder sobreviver. E espero que mesmo lendo isso, daqui algum tempo, eu não consiga me lembrar dessa época...
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*Esta página do diário está colada abaixo do que fora escrito acima1 ano antes...
O mundo em si depois da
Bomba não “mudou” muito, exceto por não termos mais água, nem verde, nem tantos animais e muita radiação e outras coisas estranha andando por aí. O que mais mudou mesmo, foram as pessoas. Eu que sempre vivi sozinho depois que...(
eu não sei se quero lembrar disso depois)...nunca fui muito amistoso e nem faço questão de amizades. Amigos hoje só servem para mendigar comida, dinheiro, arma e droga. Só atrapalham. Por isso alguns aqui no Vault me olham com desprezo, mas depois de tudo que eu vi e vivi é melhor manter qualquer relacionamento longe e apenas “seguir” o rebanho. Afinal, se eles acharem água, eu estarei lá...e se eles encontrarem a morte, eu fugirei dela. Até algum tempo atrás ainda existia algum
brio de humanidade aqui nesta cova mas ultimamente as pessoas ficaram loucas, insanas, e se não fosse pela chegada do
forasteiro a coisa teria piorado e aí sim cabeças iam rolar. Bom seria se uma bomba caísse aqui e acabasse com tudo de uma vez ao invés de deixar essa última e escrota gota de vida...
Mas, agora as coisas mudaram e o forasteiro veio nos propor uma vida fora do Vault. Eu realmente espero ter passado no teste D.A.N (Diagnóstico de Aptidões Naturais) que o forasteiro aplicou porque quem não for lá fora e ficar preso aqui nesta merda vai morrer...e mesmo se não passar no teste, vou dar um jeito de dar o fora daqui porque isso vai feder.
Se for para morrer, ao menos que seja ao ar livre...
*Esta página do diário que fora encontrado caído no chão estava suja e pegajosa e não se podia ler mais nada além disto...*História de Alexander W. Lobinger
Nascido em Munique, na Alemanha, Alexander veio ao Brasil para dar uma palestra de segurança e administração em presídios de segurança máxima. Com a chegada da Copa de 2014, o governo se mobilizou para acabar com o narcotráfico e a construção de novos presídios estavam em planejamento, porém, poucas eram as pessoas treinadas para coordenar.
Alexander serviu ao exército quando jovem e chegou até a patente de sargento em pouquíssimo tempo. Sua esposa, grávida de seu primeiro filho, fora assassinada na porta de casa, uma espécie de vingança de alguns soldados que ele havia castigado no quartel. A partir daí, largou o exército, matou um a um e se livrou de todas as pistas. Fora acusado destes assassinatos, mas ninguém conseguiu provar seus crimes. Isso também graças a um amigo de infância que era bilhonário e tinha uma mega corporação. Seu amigo conseguiu subornar algumas pessoas e Alexander fora julgado inocente.
Depois disso, foi convidado a ser chefe de segurança da empresa e ganhou experiência nessa área, sendo reconhecido algum tempo depois por ser um especialista em segurança de grande porte.
Então veio
A Bomba...Hoje, Alexander tem cabelos brancos e aparenta ser mais jovem do que realmente é. Ninguém sabe ao certo sua idade mas ele mesmo diz ter sido afetado positivamente pela radiação, fazendo-o envelhecer mais lentamente. Ele ainda mantém uma postura ereta e robusta de seus tempos de exército. É mal humorado e não é de muita conversa.