#2 - A viagem, a estrada e a cidade

Ainda estava amanhecendo quando Katabrok levantou e chamou seus dois novos companheiros, Ken e Hector.

Seguiram para o estábulo onde tinham três cavalos prontos para partida:

- Espero que não tenhamos nenhum imprevisto durante a viagem. Acabei ficando mais tempo por aqui do que realmente esperava. Precisamos cavalgar numa velocidade rápida. Vocês dois sabem cavalgar, certo? - perguntou Katabrok. – Penso em fazer duas paradas por dia, uma quando Azgher estiver em seu pico e outra para dormirmos, quando Tenebra vencer o deus sol. No meio do caminho, tem uma pequena cidade, podemos parar por lá também, rapidamente. Estão prontos?

Falando isso, Katabrok acertou o cavalo e este bateu em retirada, como se estivesse numa corrida. Ken e Hector fizeram o mesmo e foram logo atrás. Ken tinha dificuldades para controlar seu cavalo mas mesmo assim seguia a poucos metros de Hector.
Cavalgaram por mais de três horas ininterruptas. O terreno era plano, pouco acidentado e o caminho estava em boas condições, afinal de contas, aquele caminho era também uma rota comercial. Katabrok estava bem na frente, aproximadamente uns 100 metros na frente de Hector, e Ken a uns 20 metros de atrás de Hector.


Continuaram assim por mais uma hora quando Katabrok avistou uma grande árvore que poderia servir de abrigo contra o sol forte daquele dia. Ele parou, desceu e sentou esticado no chão, encostando-se no grosso tronco da árvore. Ken e Hector chegaram, muito suados e fizeram o mesmo. Enquanto comia, Katabrok perguntou, de boa cheia:

- Hmm como vocês estão? Será que hmm conseguem cavalgar durante mais esta tarde? – abocanhou um outro pedaço de seu lanche, uma espécie de pão velho, diferente, com um aspecto ruim. – Não pudemos convesar muito – engole o pedaço – mas vocês tem alguma coisa que queiram me perguntar?

[AÇÃO LIVRE]

Ken desceu do cavalo e percebeu que suas virilhas estavam um pouco irritadas pelo movimento de seu corpo na cela do cavalo. Sem pestanejar, Ken, apesar de acha a pergunta de Katabrok apenas retórica, faz uma pergunta curta e grossa...
Sim... por que toda essa pressa?
Sem esperar uma resposta da pergunta, já emenda....
Também estou com fome, poderia me oferecer um pouco dessa ração?

Katabrok tinha acabado de morder mais um pedaço, mas parou de mastigar, amontoou todo o pedaço da comida no canto direito da boca e disse:

- Se seu mestre pede para você ser rápido e não demorar muito, você "abusa" do seu tempo? - Katabrok fala e volta a mastigar, esperando que isso encerre o assunto. Dos dois, Katabrok não esperava isso de Ken. - De qualquer jeito, ainda não estou indo tão rápido... - disse com um leve sorriso.

Katabrok entrega comida a Ken e Hector.

[AÇÃO LIVRE]

- Desculpe se ofendi Katabrok, mas na verdade ainda estou me acostumando com o ato de "cavalgar". Não tenho intimidade com a montaria... Inclusive, um cara sem passado não tem pressa do futuro... De qualquer forma, enquanto descansamos na sombra desta árvore, queria conhecer um pouco mais da história de ambos... Katabrok, vc disse que é um exterminador, de onde surgiu essa vontade?

Exausto de tanto cavalgar Hector assiste quieto ao breve diálogo entre os dois guerreiros. Ele achava um pouco estranho os hábitos de Ken e tinha, não sabia porquê, uma admiração por Katabrok.

Mastigando o pão velho como se fosse o manjar dos deuses, Hector pergunta a Katabrok:

-Que tipo de aventuras você e seu mestre já passaram Katabrok?

Após mais um "golpe" de mordida, ele perguntou:

-Por mim podemos prosseguir viagem após mais um pouco de descanso.

Katabrok olha para Ken enquanto limpa a boca desajeitadamente com o braço:

- Katabrok tem um título a cada momento, mas sempre serei um exterminador de kobolds! Odeio essa raça! – diz isso e cospe. - Quanto a mim, cresci numa pequena vila e fui treinado por um velho ferreiro que há muito tempo me fez um escudo e espadas indestrutíveis. E dizem por aí que sou encrenqueiro, mas na verdade sempre ficam me enchendo o saco e não tenho muita paciência para conversas...não sei se você me entende rapaz. Conversar com alguém de olho fechado como você é estranho para mim... – Katabrok coça a cabeça... – Quem sabe você descubra mais sobre seu passado nessa nossa aventura. Vladislav talvez possa lhe ajudar, afinal, é um mago, dos mortos, mas é um mago.

Katabrok olha para Hector e responde:

- Ahhh, muitas aventuras. Eu me meto em roubadas normais, mas Vladislav consegue se meter em confusões de outros mundos. Então, acho que formamos uma boa dupla hehehehe. Poderei lhe contar como exterminei kobolds, matei mais de cem góblins ou então como derrubei um ogro apenas com os braços, mas isso é história para outra hora, quem sabe hoje a noite lhes conto. Como cavalgamos rápido, acredito que se mantermos o ritmo poderemos chegar em um pequeno vilarejo ainda neste noite. Vamos! – disse Katabrok se levantando.

Vocês então seguem viagem sem nenhum incidente. Katabrok está bem na frente e vocês dois mais atrás. Até que, no final da tarde, avistam no horizonte um pequeno vilarejo. O vilarejo vai ficando cada vez mais perto e vocês podem perceber formas de casas. Porém, Katabrok parou lá frente, desceu do cavalo e está olhando para um canto da estrada. Quando vocês chegam até ele, percebem um corpo, em decomposição, cheio de moscas. Parece estar queimado. Katabrok revista o corpo:

- Vamos ver se achamos algo bom por aqui... – diz Katabrok virando o corpo, espantando as moscas, e com o dedo no nariz, pois o cheiro de carne podre é forte.

Mas ele não acha nada. Se levanta, olha para a cidade mais a frente e diz:

- Sinto cheiro de problema naquele vilarejo. Sempre fora pacífico, mas não estou vendo nem os bois e vacas costumeiros. Muito menos algum movimento. Está anoitecendo e precisamos decidir: vamos para lá ou desviamos e procuramos algum lugar a beira da estrada para dormir? – Katabrok está sério olhando para os dois. Os olhos dele brilham.

[AÇÃO LIVRE]

- Não sei se dormirmos desabrigados seja uma boa idéia. Acho que primeiro vamos sondar o vilarejo. Ver mais de perto o que está acontecendo... depois decidimos...

Pensativo, Hector olha para o corpo e tenta identificar algum tipo de corte ou perfuração neste ou se são somente queimaduras, debruçado sobre seu machado ele diz:

-Não acho uma boa ideia entrarmos na cidade agora que vai escurecer, pode ser que este corpo não tenha nada a ver com a cidade, mas pode ser que tenha. Não acho que mortes misteriosas e noite em cidades desconhecidas são uma boa combinação. Sugiro retrocedermos um pouco e acamparmos aqui pela estrada mesmo. Faremos escala de vigias para não corrermos risco nenhum.

Katabrok presta atenção em Ken e enquanto Hector olha para o corpo, e fala:

- Ken, você consegue fazer isso? Katabrok é muito desastrado e com certeza vou fazer barulho. Se você tem segurança, vai dar uma olhada mais de perto. Ficaremos aqui, na sua reta guarda. Mas volte logo, está escurecendo.


Para informação de vocês, são mais ou menos 19:00 horas, ou seja, está escurecendo mesmo.

[OFF] Aislan, role um d20 no outro tópico[/OFF]

Mexendo no corpo, Hector conseguiu encontrar arranhões profundos nas costas. Parece que a pessoa fora atacada pelas costas e teve vários cortes.

Katabrok diz:

- Já passei umas quatro ou cinco vezes por esse vilarejo e coisa boa não é. Sempre foram pacíficos. Ken, você irá lá mesmo? Não que Katabrok tenha medo, mas não sou bom em ser furtivo hehehehe.

Olhando os arranhões, Hector diz:

-Realmente boa coisa não é. O que será que pode ter causado arranhões tão profundos? Desconheço criatura que possa ter feito tamanha barbárie. Agora me pergunto: Por que o corpo foi queimado? E perto do acesso da cidade?

Hector fica um pouco ressabiado com esta morte misteriosa na estrada.

[off]Alexandre o corpo é de um homem, certo? Olhando em volta o corpo foi queimado ali ou em outro lugar e trazido até ali? Hector conhece algum animal que pode ter feito aquele tipo de arranhão?[/off]

[OFF]Esclarecendo: é um corpo de homem. Parece queimado, mas não há sinais de fogo, carvão, palha, mato, etc. Hector não consegue identificar se os cortes são de animais ou não.[/OFF]

Analisando a situação e o homem cortado... e tendo conhecimento o nascer da noite, Ken retrocede em seu comentário.
- Katabrok, eu não tinha me atentado que estamos no fim do dia. A essa hora da noite, teria que chegar muito perto para conseguir enxergar alguma coisa. Assim estaria me expondo demais. De qualquer forma, acho que é melhor deixar para amanhã bem cedo... e como disse Hector, retroceder um pouco o caminho... Durante o dia, eu poderei me aproximar furtivamente e ainda me manter distante o bastante do que quer que seja a coisa que matou esse homem...

Vendo que o "homem dos olhos pequenos" consentia com ele, Hector então diz:

-Então vamos levantar acampamento!! Posso ficar de vigia no primeiro turno se for o caso.

[off]Uma pergunta: Katabrok tem um arco?[/off]

Katabrok perdeu o brilho nos olhos e pareceu um pouco desanimado com seus novos companheiros.

- De qualquer jeito, esta não é nossa missão, podemos voltar outra hora aqui. Vladislav iria detestar mais atrasos. Me chame assim que não agüentar mais. Ken fica para o terceiro turno. – diz Katabrok.

Vocês recuam e saem um pouco da estrada. Katabrok se encosta em uma árvore e diz:

- Eu durmo de qualquer jeito, mas em meu cavalo tem alguns panos que podem servir de forro para vocês dormirem. Se virem. Amanhã vamos direto para Khalifor. Todos concordam? – Katabrok parece cansado e mau humorado.

Não demora muito e Katabrok cai num sono pesado, roncando fortemente e fazendo Hector pensar que talvez devessem ter recuado mais, afinal, aquele ronco poderia atrair (ou quem sabe afastar) algum perigo. O guerreiro babava e se mexia muito, tentando tirar suas botas e outros pertences*.

[OFF]Katabrok não tem arco. Fazendo um resumo do que aconteceu: vocês seguiram viagem, encontraram um corpo próximo a um vilarejo que Katabrok conhecia e ele percebeu que algo estava diferente pois o vilarejo parecia não ter o movimento habitual. Vocês seguem viagem pela manhã para a missão principal ou ao amanhecer irão vasculhar o vilarejo?

*Piada Interna

[off] hauhauhauahuhau piada interna foi demais. Interpretei errado então, achei que passar pelo vilarejo era obrigatório para seguir a Khalifor =/ [/off]

Ficando atento para que nenhum perigo se aproxime, Hector se concentrava em ser o vigia do grupo. Preocupado em não decepcionar Katabrok novamente ele ficou receoso de acordá-lo e pedir para que ronque mesmo. Para passar o tempo amola seu machado com uma faca de amolar.

Ken aproveita o tempo para descansar... estava incomodado com o corpo na estrada e se mostrava muito curioso em relação a vila "pacata".
'Amanhã, bem cedo, pretendo analisar esta vila mais de perto...'
Sem perceber seu próprio cansaço, adormece rapidamente, caindo num sono profundo e bem agitado.

Ainda era noite quando Katabrok deu um “pedala” na cabeça de Ken para acordar e fazer seu turno. Ken assim o fez e quando amanhecia partiu em direção ao vilarejo, deixando os dois a deriva, mas já que não tiveram nenhum incidente a noite, achou que estariam bem sem ele.

Foi andando rapidamente em direção ao vilarejo e novamente encontrou aquele corpo, que parecia agora mais podre do que nunca. Diminuiu o ritmo de seus passos e passou por uma cerca. Foi de encontro ao muro de pedra de uma casa e circundou a mesma. Procurou ouvir algum barulho, mas apenas o barulho das arvores corriam no ar. O mesmo vento fresco que balançava as árvores trazia um cheiro de podridão. Continuou ali, encostado na parede com medo de se virar e encarar algum monstro, mas sem querer seus pés andaram e seu corpo ficou a vista de quem quer que pudesse estar olhando-o. Ken engoliu em seco.

Saindo de trás da parede da casa, viu que havia uma praça e sete casas formavam um círculo ao redor dela. Algumas árvores na praça estavam sujas de uma lama preta. Havia três bancos dispostos em uma forma triangular, porém longe um do outro. Um poço, perto de uma árvore estava cheio de sangue. No chão, ao redor do poço, mais sangue “velho”. Aquele sangue parecia estar a muito tempo lá. Duas portas de duas casas estavam abertas. Todas as outras tinham janelas e portas fechadas e lacradas com tábuas. Em uma das portas fechadas, a tábua que lacrava a porta estava caída de um lado, mas pendurado de outro.

De repente, Ken escuta “burburinhos” vindo do poço...e de repente esse som fica maior, parecia que alguém estava fazendo um gargarejo...não, não era alguém, pareciam várias coisas fazendo isso ao mesmo tempo e o barulho ficava cada vez mais forte.

AÇÃO LIVRE.


[OFF] Luiz, enviei a sua ficha para seu email, finalmente, mas tive que fazer a mão porque a versão em PDF sumiu de meu PC. Qualquer dúvida sobre alguma habilidade, é só avisar.[/OFF]

Ken analisa atônito o borbulhar do poço. Como estava sozinho e não fazia idéia do que poderia sair daquele lugar... preferiu se afastar ao máximo da praça sem perder o campo de visão, quedando-se inerte atrás de uma das casas que formavam o círculo (mas próximo a saída do vilarejo), de forma que pudesse observar a movimentação no poço...

Ken jura ter visto algo como um braço se estendendo para fora do poço. Alguma coisa estava lá, mas também recusava a sair, por algum motivo. Talvez desconfiasse que pudesse haver alguém ali. Nada mais aconteceu e agora amanhecia.

[AÇÃO LIVRE]

Ken achara muito estranho tudo aquilo... merecia uma maior pesquisa, mas agora precisava voltar e conversar com Victor e Katabrok... Ken estava realmente intrigado e queria mesmo voltar ao vilarejo, mas agora com a ajuda dos guerreiros... e quem sabe pegar uma amostra daquela água do poço!!!
Retornando ao acampamento... e já esperando que Katabrok reclamasse da atitude de Ken, deixando seus companheiros de viagem desprotegidos...

[OFF] Victor? LoL![/OFF]

[off] Desculpe, Hector.... ahuahauhauahuahuahauh[off]

Voltando ao ponto onde seus companheiros dormiam, Ken descobriu que eles não mais dormiam e Katabrok parecia furioso por não ter sido avisado, nem ao menos sequer ter sido convidado para ir junto. De qualquer jeito, agora já era tarde demais e quando Ken chegou os, Hector e Katabrok já estavam montados em seus cavalos.

- Muito espertinho nos deixando a mercê de qualquer coisa nessa estrada... – reclamou Katabrok – estamos muito perto de Khalifor, provavelmente deveremos chegar pelo meio dia, e, se você não sabe, por aqui tem muitos grupinhos de góblins que ficam saqueando vilas e aventureiros...tivemos sorte dessa vez!

- Vamos logo! Estamos perto, eu acho...

[OFF] Hector, se quiser fazer/falar alguma coisa antes de partir...
Ken também...

Este capítulo está terminando, depois explico o porque não deu certo. Façam suas considerações finais e vamos partir para o que interessa.[/OFF]

[AÇÃO LIVRE]

Hector se sentiu aliviado por nada ter acontecido, ainda não sabe se é capaz de manter a calma diante de goblinóides.

- Você foi imprudente Ken, poderia ter nos matado, mas... O que você viu lá?